domingo, 14 de abril de 2013

Permitir a leveza

Me lembro que há quatro anos atrás, tudo o que eu queria era um aumento de mesada, o dinheiro que meu pai me dava mal chegava ao fim do mês. Depois meu sonho era fazer 18 anos para ter mais liberdade e entrar em qualquer lugar sem ter medo de apresentar a identidade (previsível né?). Eu nunca estava satisfeita, já quis um estágio, um celular novo, um namorado, um vestido, um ingresso para o Rock'n'Rio, uma carona, uma companhia, uma nota 10, um par de pernas grossas, uma barriga chapada e também já desejei um quarto maior.  Eu tenho essa mania de pré-tencionar algo para o futuro ou qualquer coisa a curto-prazo. Apesar de todas as minhas ambições sejam elas infantis ou não, tudo o que eu mais quero agora, no auge da minha maioridade, é me deixar em paz e aceitar todas as condições que a vida impôs sobre mim. Meu desejo é permitir que o destino aconteça, sem punições por ter dito não para um amigo ou sofrer quando falho em alguma situação. Talvez parar de pensar antes de dormir, seja a solução correta, porque é antes de fechar os olhos que mais me martirizo. Lembro dos pecados, dos passos em falso, dos tombos, das críticas e muitas vezes coloco sobre mim a culpa que nem me cabe. Planejo o futuro, acredito em dias melhores, continuo atravessando os dias e não me permito parar, respirar, tranquilizar, aliás, tranquilidade é um luxo ao qual não me presenteio. Se como uma fatia de pizza a mais, é motivo para passar fome no dia seguinte, se termino um namoro, é o fim do mundo e ai de quem disser que eu arrumo coisa melhor em breve. Se a raiz do cabelo cresce, é desespero na certa! Minhas cobranças são desde os mínimos detalhes, porque não simpatizo muito com a palavra derrota. Mas depois de tanto querer resolvi me dar uma trégua, acho que um pouco de quietude não faz mal a ninguém. Minha paz interior vale mais do que algumas calorias ou uma desilusão amorosa. Fazer as pazes comigo passou a ser prioridade na minha enorme lista de desejos.  Não quero perder o rumo, nem retroceder, só acredito que posso ir muito mais longe caso conduza a vida com leveza, porque ninguém chega ao pódio por imposição. O destino me fará alcançar aquilo que é meu por direito, mesmo que para isso eu precise cair algumas vezes.Vou me permitir ser principiante ao invés de veterano em todas as jogas da vida. 
 

domingo, 27 de janeiro de 2013

A falência do amor próprio


E ela permanece sentada no sofá todos os dias vendo a vida passar e mendigando amor, enquanto ele acumula gargalhadas, porres e noitadas...Até o dia que cansar-se e resolver que é a hora de voltar para a velha ex que já perdeu o amor próprio faz tempo e se contenta com meia dúzia de mentiras e promessas nunca cumpridas.
Aquela ex que antes de namorar ele dizia nunca mais cair numa 'furada' novamente porque já havia aprendido a lição em seu relacionamento anterior. Só que de uma maneira bem real ela de repente engoliu as próprias palavras á seco, sendo embalada por um enredo pouco parecido com contos de fadas,repleto de mentiras e atuações.O costume confundiu o amor que foi cercado por medo, dúvida e comodismo, sentimentos totalmente cheios de insegurança que configuraram na morte precoce da auto-confiança dessa mulher que preferiu submeter-se a migalhas de carinho e minutos de atenção à ter que voltar a caminhar sozinha. Medo? Talvez. Amor? Alguns acreditam que sim, mais eu me nego a crer que em pleno século XXI ainda existam mulheres capazes de abdicar do amor próprio em função de um relacionamento falido para manter status perante a sociedade que ainda exige que antes dos 30 a mulher se case ou do contrário será infeliz para sempre. Nada justifica um pensamento tão descabido, muito menos um namoro em que ele dita as regras e ela aguarda fielmente o 'bonzão' se cansar das farras e voltar dizendo sempre a mesma frase: 'Dessa vez vamos começar do zero'. 
Que tal iniciar o caminho de uma maneira realmente diferente? Desafia o destino garota!  Ao invés de acreditar nele e esperá-lo mudar, ordene isso a você. Acredite, mude e confie em si mesma, porque é humilhante e pesado demais depender de outra pessoa para ser feliz.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Verdade Nua e Crua


Nos tempos do 'eu te amo' sem nunca ter amado e do 'eu sinto sua falta' sem nunca ter sentido, o que nos resta é oportunidade de ter alguém sincero ao lado. Ele nem precisa estar inteiramente ali,não precisa ir fundo, mergulhar, se jogar...seja lá como for, o fato de dizer somente 'eu estava pensando em você' já está de bom tamanho. A gente não quer amor, esse A.M.O.R com todas essas letras, significados e interpretações. A ideia de ter alguém para te ligar e do outro lado da linha dizer que estava com saudades já preenche o vazio ou a carência. Tudo isso sem todas aquelas regras pré estabelecidas pelo amor, que é grande, impactante e usado como escudo para milhões de mentiras que o povo inventa nas relações. 'Eu fiz isso por amor!' ou 'Eu pensei que você me amasse'... Que saco!
A gente só quer se ver livre das enrolações e do jogo de cintura.A verdade é que não precisamos viver alimentando-se de confusões emocionais,nossa satisfação vai muito além do status de relacionamento. Queremos algo mais leve,sem cobranças, sem desesperos, sem a ideia do 'sem você não existo,não vivo e não respiro'...A gente só quer  a realidade acompanhada da verdade, e caso ela for dura, a gente aguenta, por dentro tem muito mais que carne e osso,se não disser 'eu te amo' não tem problema, só marca presença, arranque uns sorrisos, delimite-se num bom papo, se interesse pelos assuntos que o resto a gente interpreta como quiser. Sem aquela ideia de contos de fadas, de eterno, de Forever ... Só exigimos a realidade nua e crua, sem espaço para mentiras, trapaças e  historinhas. 
No meio de tantos pesadelos reais, aprender a conviver com a realidade é uma solução. Tudo o que a gente não quer é ser surpreendido com o fim do felizes para sempre.


Vanessa Lima

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Os outros



"Eu sei quem sou, os outros, apenas me imaginam." (Martha Medeiros)

Essa frase não me sai da cabeça, durante esses últimos dias. Ela diz a verdade de forma simples e direta.Eu sei que eu sou sincera, alternativa, irônica e louca,esses meus tantos adjetivos são indiscutíveis, eles fazem parte de mim, é como se fossem membros. Tenho lá minhas qualidades,que ficam guardadas pra mim e só mostro para quem deve, para quem mereça ver, perceber e sentir. Não posso cobrar que gostem de mim ou impedir que apontem meus defeitos. Se não me conhece e tem uma imagem negativa formada a meu respeito, parte dessa culpa é minha por não mostrar o melhor que tenho. Eu assumo essa culpa, eu coloco ela toda em cima de mim. É isso mesmo e pronto! 
Porque é de segunda á sexta,que eu me mostro. Cumpro todo o meu dever como cidadã, funcionária, filha, estudante e todos os outros papeis que exerço, entre noites mal dormidas, pautas jornalisticas e provas da faculdade. Tudo o que me mandam fazer eu faço. Obedeço hierarquias,quebro a minha cabeça e sou responsável no trabalho. 
Agora me diz ...
Eu devo mesmo me importar com a opinião dos outros? Quem são esses outros?São pessoas tão ocupadas como eu? Sei lá, pouco me importa. A verdade é que eu me dou o direito de sábado e domingo ser sem limites, Sim! Acho justo beber um pouco a mais de vez enquanto, dançar até a perna doer, chegar de madrugada em casa e acordar a hora que eu quiser, nos meus dias de folga. É bom as vezes não seguir regras,protocolos, roteiros... é bom acelerar um pouco. A vida já é cheia de freios de segunda á sexta, e por isso, seja quais forem os meus prazeres, aos fins de semana, eles serão devidamente cumpridos. Se exerço tão bem o meu trabalho nos demais dias da semana, nada mais certo do que aproveitar minhas horas de desafogo.
E quanto aos outros,eles continuarão sem me conhecer, sem me entender, sem ver o meu intimo, o meu sensível e o meu sincero, eles serão sempre os outros e talvez eu continue sempre alimentando a imaginação deles aos fins de semana,é claro.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Exposto ao sol


Você se arruma toda, coloca tudo o que é necessário na bolsa e não esquece do protetor solar, afinal todos nós sabemos dos danos que os raios ultra-violeta em excesso causam a saúde.
Chega no local, olha de um lado para o outro, forra a canga, senta rapidamente,fixa os olhos no mar e fica ali, intacta, enquanto sua cabeça trabalha em milhões de pensamentos incluindo a sua barriga flácida,o seu cabelo que não se dá bem com a água salgada,as suas celulites e etc.
Aposto que com varias pessoas já aconteceu isso.Foi a praia e voltou seca, nada de entrar no mar, só ficou um pouco exposta ao sol e pronto! Voltou pra casa suja de areia,mais não soube se quer a temperatura da água.Você permanceceu ali, olhando aquelas ondas,ficando exposto ao sol,mais não se atreveu a entrar no mar. Só que chega um dia em que o sol fica escaldante, que não dá para driblar o calor com um baldinho de água. Não dá para ficar na areia vendo as ondas baterem, você precisa encarar o mar.Tem que levantar, caminhar descalço na areia quente e ficar exposto mesmo,deixar que os outros vejam suas imperfeições, seguir reto e mergulhar.

Existem dias que não dá para evitar, Ou você encara o mar ou o sol te queima.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Colocando para fora


Agora eu cansei,
perdi tempo demais pensando onde eu errei, como deixei as coisas chegarem a um ponto sem conserto, de que forma tudo pode passar diante dos meus olhos e eu não perceber. Fiquei dias mastigando uma história que não descia pela garganta e então, tive que cuspir.
Não quero mais adoecer com tanta culpa, raiva,mágoas...
Não quero que meu corpo padeça por algo que não vingou.
Era cabeça e coração doendo, os dois sentindo a mesma dor.
E se eu cuspo tanto coisa ruim, porque não cuspir vestigios de maus
sentimentos? Vou colocar pra fora tudo aquilo que comprometa a minha saúde, dentro de mim , só fica
o que me deixa leve, o que me faz sorrir e que contribui para o meu bem estar.Ando muito mais decidida agora que sei o paladar dos sentimentos.Pela minha garganta só desce o que for bom.Resolvi que nada mais entra na minha vida guela a baixo sem o meu consentimento, e caso contrário, eu cuspo, ou dependendo, eu vomito,sem dó.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O que é felicidade?

Esses dias li um texto interessante de Augusto César Oliveira em que ele retratada a vida nas novelas globais, onde generalizando,todo mundo é rico,bonito e no final...feliz!
Mas pensando bem, felicidade existe?
Felicidade é uma boa carreira,um bom salário, um bom casamento, filhos saudáveis e bem-estar?
Isso pode ser um conjunto de coisas desejáveis,mas ainda assim, não é felicidade. Nesse meio tempo, toda essa vida, pode virar rotina e mesmo que seja boa, vai enjoar e então será necessário uma pausa para entender e ver que mesmo quando tudo está bom, conseguimos achar algum defeito e tornar o que era bom,em rasuável.
Felicidade são amigos verdadeiros, corpo perfeito,pais presentes e boas oportunidades?
Não! Isso são alegrias, ou sorte, quem sabe.
Felicidade não existe.
Felicidade se enquadra em um grau de alegria constante,mas quem é que tem uma alegria constante?
Sempre há um dia que é quase impossivel levantar da cama, em que tudo está ruim e que a gente quer sumir.
Felicidade não é um conjunto de coisas.Casa,carro,viagens e romances.
Felicidade é abstrato,é um conjunto de sentimentos que é possivel sentir eventualmente e não continuamente.
Nós temos a péssima mania de olhar e definir se fulano é feliz ou não, somente pela vida que leva, somente pelo sorriso no rosto.E a realidade é que vivemos de aparência,estamos todos voltados intimamente a desenvolver a nossa própria felicidade.
A verdade é que estamos todos a procura de algo que continue e não simplesmente aconteça.